quinta-feira, 3 de março de 2011

Esperança é uma "espera feliz"




Temos entre as mãos um espaço que tentamos preencher com nossos sonhos. O problema é que um dia acreditamos em nós mesmos, na vida e no outro, mas no dia seguinte não acreditamos mais - e é entre esses dois pólos que ficam contidas as alegrias do paraíso e todas as angústias do inferno.Entretanto, não são as alegrias ou as tristezas as coisas mais importantes em nossas vidas. O que importa mesmo é um sentimento que está infiltrado na nossa pele, nos nossos músculos e nervos: a esperança.
Esperança nós criamos e recriamos, porque ela é um desejo que mora no coração dos homens: é desejo de acreditar. Porém, é ainda mais do que desejo, é necessidade de acreditar no outro, no futuro, na vida. Todos precisamos de esperança para sustentar o presente e nos impulsionar para o futuro, ou seja, ter esperança de encontrar algo ou alguém, de ser correspondido.
Nesse sentido, pode-se dizer que é bom ser "maníaco por felicidade", isto é, teimar em querer se conhecer, se amar, se fazer amar, se compreender, se fazer compreender, se encontrar, se fazer encontrar. E, além do mais, teimar em ter esperança.Esperança não é uma espera qualquer, é uma "espera feliz". É esperar por aquilo que se deseja. É aguardar, contar com, acreditar que se vai conseguir e também acreditar no acaso. Na vida, existem momentos-surpresa de infelicidade (um mini divórcio, um desencontro), como há também momentos-surpresa de felicidade ( um desejo transbordante, uma fascinação), mas a vida não é só uma espécie de roleta emocional em que tudo depende só do acaso. Essa mistura estranha que chamamos de felicidade não cai do céu. É em grande parte fruto de nosso esforço. Por isso, é bom se mexer, pois quando só esperamos a felicidade, em vez de produzi-la, perdemos a consciência dos nossos próprios recursos, da nossa força e do nosso valor.Todos nós temos um desejo de ser feliz, mas esse desejo muitas vezes se frustra. Vem um sonho, e logo ele desaparece, se apaga, vem outro e... nada. Nesse vaivém, alguns perdem a esperança, mas muitos continuam a acreditar.
Acontece que a vida é um processo, um lento processo de aprendizado. Viver é crescer, e o crescimento acontece sempre devagar, não é como colocar uma moeda numa dessas máquinas que vendem chocolate e refrigerante e, instantaneamente, obter o chiclete da felicidade.
No nosso encontro com o destino, vamos aprendendo a lidar com os imprevistos, com o perigo. Portanto, não adianta acreditar que não existem abismos na estrada da vida. O importante é atravessá-los, superá-los construindo pontes.

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