segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PASSATEMPO

Um sorriso, um abraço, uma dança. Uma palavra, um gesto, um jeito. Qualquer coisa que me diga alguma coisa mais alto do que esse silêncio. Qualquer coisa que eu possa acreditar para não desanimar. Mesmo sabendo que eu já desanimei. A verdade é que eu cansei de tanto ir, caminhar nessa estrada e não chegar a lugar nenhum. É engraçado como o caminho da ida é sempre mais encantado do que o caminho de volta. A ida é cheia de sorrisos, flores e cores. É andar de mãos dadas contando os passos. A volta é o não querer ficar e o não querer voltar. É soltar a mão e correr pra casa, mas deixar o pensamento por lá. É esperar o tempo passar.
Tudo é culpa dele, tudo é falta dele, tudo se soluciona com ele. Tudo ao seu tempo. Um tempo contraditório que ameniza, mas não faz esquecer. Que leva pra longe, pra poder trazer mais perto depois. Que age sem dizer nada pra ninguém, nós é que sempre queremos saber o que ele nos reserva. E sempre ficamos sem respostas.
Esse negócio de esperar nunca fez o meu estilo. Não suporto esperar. Quero tudo agora, hoje ou amanhã. Quero datas, horários e confirmações. Quero esperar o certo e não o incerto. Quero a certeza da conquista e não a incerteza do talvez.  Quero garantia, meu bem, garantia. Deixar acontecer não é simplesmente cruzar os braços. O tempo ajuda, mas não faz tudo sozinho, não.
Eu espero seguindo assim, meio inquieta. Espero um motivo pra ficar, porque pra ir embora eu tenho vários.

Nenhum comentário:

Postar um comentário